Neste blog vou aproveitar alguns textos (fotos etc e tal) publicados em meus Momentos Codificados sobre casamento e hoje estava pensando no que postar e lembrei do casamento da Mila (do Vou me casar em BH) que teve vários detalhes muito criativos, um deles foi o texto que sua amiga Carol (Carolina Romano) escreveu e leu na cerimônia.
Eu e o Ramiro, recém casados, ficamos prestando bastante atenção, nos reconhecendo em algumas coisas e interessados nas palavras lindas, fortes e sábias que saiam dali.
A Mila descreveu o texto em seu blog assim:
"Um texto que vale a pena ser lido e relido com carinho e cuidado pois nele encontramos varias dicas valiosas sobre como encarar o casamento que temos na nossa frente. E claro não existe uma receita cada casal é um casal e cada vida uma vida! Mas é sempre bom refletir um pouco sobre como estamos levando a nossa, ainda mais em um momento tão especial como o casamento!"
É verdade, merece mesmo ser lido e relido... aposto que todos vão concordar.
Vamos a ele:
"Casamento não é pra qualquer um. Uma vez ouvi que casar é fazer caber na mesma casa duas pessoas e suas malas. Não apenas as malas óbvias, concretas, de rodinhas, mas, sobretudo as malas-velhas, o que cada um já viveu, o que vem trazendo dentro do coração e da mente e que, assim que casamos, precisam ser guardadas nos novos armários a serem construídos juntos. É diferente de namorar, quando deixamos nossas malas bem guardadinhas e selecionamos as mudas de roupa mais bacanas pra ir encontrar o outro. Casamento dá trabalho, porque sempre vai pular uma roupa velha, um chinelo sujo, aquela calça rasgada que a gente insiste em não jogar fora… tudo isto vai aparecer quando as malas se juntam. Nem sempre estaremos com a melhor camisa nem o melhor vestido. Nem sempre o cabelo mais sedoso e a barba mais bem feita.
Mas quem foi que inventou que felicidade é isto?
Felicidade é o contrário disto. É compreender – mas compreender mesmo, com
unhas, dentes e as fibras mais profundas do coração – que tem alguém ali do seu
lado, tão importante quanto você, com ideias tão relevantes quanto as suas, com
sentimentos tão profundos e legítimos quanto os seus, que mais uma manhã abriu
os olhos pra você e para este riquíssimo convívio que é casar. Daí a pessoa,
suas malas e seus conteúdos vão aos poucos de desvelando, e juntos, vamos
aprendendo – não sem errar muito! Como eu, a Camila é professora e sabe que
aprendemos é pelos erros, e não pelos acertos… – aprendemos a hora certa pra
cada coisa: cada gesto, cada pergunta, cada resposta, cada palavra, cada
silêncio.
O silêncio é muito importante, tanto quando a “Caixa do
Nada”. Já ouviram falar? Dizem que o cérebro do homem é feito de caixas, com
uma caixinha pra cada assunto, e o cérebro da mulher é feito de um novelo de
fios que se encontram, se amarram e se interconectam. Enquanto as caixas do
cérebro do homem são organizadas de forma a nunca se tocarem ou seja, eles
conseguem pensar em uma, e apenas uma coisa de cada vez, o nosso cérebro é este
emaranhado de fios que se conectam pelo combustível da emoção. Daí conseguirmos
gravar e lembrar detalhes pequeninos que, em geral, passam despercebidos pra
eles. Enquanto eles conseguem ser práticos, objetivos e colocar ordem no nosso
frequente caos emocional. O gostoso do casamento é aprender junto o valor
destas diferenças e, principalmente pra nós, mulheres, aprender a respeitar e
entender a diferença como bônus e sobretudo fazer as pazes com a caixa favorita
deles: A Caixa do Nada. É ali que eles ficam por minutos, horas, tardes
inteiras… fazendo e pensando… em nada. E nós, loucas que somos, começamos a
interpretar tudo, chegar a nossas próprias e solitárias conclusões de que algo
não vai bem, de que a gente devia dizer alguma coisa, de que eles deveriam
levantar e ir lavar um prato… e então eles retornam do Nada, relaxados, felizes
e gloriosos…nos enchem de beijos e da certeza de que está tudo bem!
Outra coisa muito importante: casem do jeito de vocês.
Muita gente, gente que te ama mesmo, inclusive eu, vai querer dar palpite,
apontar o que não está certo, mostrar como deveria ser, oferecer o melhor
conselho na mais linda bandeja de prata, convencer vocês de que “isso é
estranho”… Escutem agradeçam, e façam do jeito de vocês. Vocês têm um ao outro,
e façam disto a coisa mais preciosa do mundo. Guardem o melhor de cada um para
o outro, e sigam o caminho que escolherem, do jeito que vocês acharem melhor.
Não tem receita, nem certo e errado. Sejam coerentes e respeitosos com seus
próprios corações.
Pra terminar esta conversa, que se se propõe a dar
conselhos eu não sei, mas que pode pelo menos dar umas dicas do que eu aprendi
em 2 anos de casada depois de 9 de namoro, queria lembrar de uma pérola
preciosa que aprendi com meu marido: quando forem escutar um ao outro, escutem
mesmo. Parece simples mas a coisa que nós mais fazemos é escutar nossos próprios
pensamentos enquanto o outro fala. Daí fazemos uma cara de “Arrã, tô te
ouvindo…” enquanto nos afogamos nas nossas próprias ideias. Casamento não
é pra qualquer um, e felicidade não é o que se vende na revista e na TV. Na
verdade, o amor não é isso que se vê, é algo muito maior, muito mais legal e
muito mais valioso. Aproveitem!
Adorei o seu novo cantinho Elaine
ResponderExcluirbjinhos
texto lindo mesmo...
ResponderExcluirchorei vendo o video!
bj